sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Fernanda Torres "A Casa dos Budas Ditosos"



Matéria 12/2003
Fernanda Torres encarna personagem libertina
em boa adaptação do livro de João Ubaldo
Ribeiro dirigida por Domingos Oliveira


A língua dela vai direto ao ponto. Uma velhota licenciosa, abeirando os 70, resolve abrir tudo. Conta sua vida – seu ritual de iniciação sexual foi nos confins da Bahia, numa fazenda de Lençóis. Lá, dizem que não tem rapariga com mais de doze anos virgem. Pode ser verdade. Afinal, temos o exemplo aqui da impudica senhora que viveu suas fantasias sem culpa desde tenra idade. Ela é personagem de A Casa dos Budas Ditosos, de João Ubaldo Ribeiro. Agora, no palco do teatro, sob direção do especialista em relações humanas Domingos Oliveira, ganha forma na pele (e nas pernas) de Fernanda Torres.

Ubaldo nunca esclareceu se a história é verdadeira. O que importa, entretanto, é que com ela tece uma espécie de relato sócio-histórico-pornô da vida brasileira. Fernanda, já que o nome da personagem é desconhecido, senta-se à mesa e profere o texto como numa conferência. Impossível não se render à ironia do relato. E a platéia deve se identificar com mais de meia palavra. Pois quem não gostaria de saciar seu tesão sem culpa que atire a primeira bíblia.

A Casa... não procura o embate, como ocorre em Filosofia na Alcova, dos Satyros, outro espetáculo libertino em cartaz em São Paulo. Mas quer a aproximação pelo sentimento e, por que não, pelo desejo. “Gostaria de sair daqui com as pessoas querendo se comer, querendo me comer”, proclama a velha senhora, sem rubor. Sexo oral




Fonte:Isto é gente

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